"É fácil aceitar que um centímetro no mapa equivale a vinte quilómetros na realidade, mas o que não costumamos pensar é que nós próprios sofremos na operação uma redução dimensional equivalente, por isso é que, sendo já tão mínima coisa no mundo, o somos infinitamente menos nos mapas."
José Saramago, A viagem do Elefante
O terceiro dia amanheceu nublado, com poucas abertas, mas sem chuva à vista. Depois de arrumados os sacos, meti-me à estrada. O primeiro objetivo foi encontrar quilometro 0, o que não foi uma tarefa muito difícil. A partir daí, a viagem seguiu a bom ritmo. O programa das festas para esse dia era ir pernoitar à Sertã.
Sendo a N2 uma estrada que atravessa todo o país de norte a sul, como seria de esperar, oferece uma enorme variedade de paisagens. O mesmo se aplica a morfologia do terreno, e obviamente, às características da estrada. Até Vila Real, o percurso apresenta algumas curvas e excelentes paisagens. Quando começamos a descer para o Douro, começa o festim de curvas. Esta parte do percurso é altamente recomendada, tanto pela vista como pela estrada. Um pouco após passar Lamego, o traçado volta a normalizar no que diz respeito a curvas.
Se a memória não me falha, fiz uma pausa mais alongada perto de Góis. Com o andamento empregue na viagem, pelas 15h já estava na barragem do Cabril, perto de Pedrogão Grande. Antes das 17h já me encontrava na Sertã, onde fui direito ao alojamento. Essa noite seria passada no Casal da Cortiçada, um alojamento local com excelentes condições, incluindo estacionamento privativo para a mota. Como cheguei cedo, consegui descansar antes de ir jantar. O jantar foi no conhecido restaurante Ponte Romana. Uma mista de Bucho e Maranhos acompanhado de um jarrinho de branco foi a merecida recompensa de um dia exigente, com muitos quilómetros feitos. Na manhã seguinte, partiria para o que restava da N2, mas não antes de tomar um fantástico pequeno almoço com produtos locais de grande qualidade.







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