"We are all alone, born alone, die alone, and—in spite of True Romance magazines—we shall all someday look back on our lives and see that, in spite of our company, we were alone the whole way. I do not say lonely—at least, not all the time—but essentially, and finally, alone."
Hunther S. Thompson
"If you are lonely when you're alone, you are in bad company"
Jean-Paul Sartre
Apesar das condições climatéricas terem melhorado ligeiramente, mantiveram-se francamente más. A viagem na A25/A24 foi bastante desagradável, com a chuva e frio a marcarem o percurso. Não existe muito a dizer sobre esta parte do percurso: o objetivo era mesmo poupar tempo para fazer a N222 e depois rumar para Chaves.
N222
Uma bela estrada à beira do Douro. O mau tempo deu tréguas e permitiu uma paragem para apreciar a paisagem. O troço percorrido foi relativamente curto, entre o Peso da Régua e o Pinhão. A estrada tinha um trânsito considerável, comparativamente a outras nacionais já percorridas nos dois dias. Deu também para perceber a importância do turismo nesta zona: apesar de ainda nos encontrarmos em pandemia, viam-se muitos turistas, especialmente no Pinhão. Destaque também para a N323, pelas curvas e paisagem à subida das encostas do Douro. Daí a apanhar a A24 novamente foi um pulinho.
Na A24 voltaram as condições miseráveis, com vento, frio e alguma chuva. Mas também me deparei com um cenário curioso: muitas motas na estrada. Fiz uma paragem numa estação de serviço para abastecer, e novamente, muitos motociclistas faziam o mesmo. Não me tinha apercebido que a minha aventura coincidia com um evento importante do calendário motociclista nacional.
À medida que me aproximava de Chaves, o sol começava a aparecer, e o número de motas na estrada continuava a aumentar. Para a estadia em Chaves, tinha reservado um quarto na Guest House Chaves Motorhomes Parking, e foi para lá que me dirigi assim que cheguei à cidade. A localização era bastante simpática, com acesso directo ao passeio pedonal à beira do rio Tâmega. Ao efectuar o checkin é que fui informado de que a edição de 2021 do Portugal de Lés a Lés iria iniciar-se no dia seguinte, em Chaves, com o itinerário desse ano focado na N2! "Mas que grande coincidência", pensei eu, um pouco preocupado com as hordas de motociclistas que encontraria no caminho e com alguma confusão que poderia daí resultar. No entanto, tal não se verificou. O primeiro dia do evento, dia 2 de Junho, seria focado em conhecer a região, pelo que a descida pela N2 só se iniciaria no dia 3. Ou seja, eu teria um dia de avanço, pelo que poderia fazer a estrada sem temer um engarrafamento.
Dado o elevado número de motociclistas na cidade, arranjar sítio para jantar essa noite seria um desafio. Após algum choradinho, lá consegui que me servissem uma bela posta transmontana na Taberna Benito, com a condição que jantasse na esplanada. Jantei ainda com a luz do dia, mas quase a bater o dente com o vento frio que se fazia sentir nesse inicio de noite. Mas ao menos não iria passar fome!
No dia seguinte iria começar a descida da N2.



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