“Nothing behind me, everything ahead of me, as is ever so on the road.”
Jack Kerouac, On the Road
N112
Novamente encontrado o rumo, lancei-me na N112. O plano inicial era fazer o percurso entre Castelo Branco e o Orvalho, onde apanharia a N238, mas decidi fazer a N112 até ao final, altura em que conflui com a N2. Nessa altura, regressaria pela mesma estrada até ao Orvalho, retomando o plano inicial. Estrada em boas condições, boas curvas, lindas paisagens: a N112 é uma presença regular em diferentes guias sobre as mais belas estradas nacionais do país, sendo considerada por alguns como uma das melhores.
Paragem em plena N112.
A viagem prosseguiu a bom ritmo até à Pampilhosa da Serra, onde parei para recuperar energias e aliviar os pulsos, que já começavam a dar queixas. Se houve coisa que esta viagem me ensinou foi a poupar as mãos e os pulsos, pois estarão sujeitos a um grande desgaste. Torna-se especialmente importante ter em atenção a maneira como são feitas as curvas, especialmente a pressão imposta nos pulsos, e a força com que se agarra no guiador.
O percurso na N112.
Embora a memória já me falhe, penso ter sido um pouco depois de ter saído da Pampilhosa que se deu a falha catastrófica do suporte da Go-Pro chinesa. Mas consigo lembrar-me de ter visto a camara cair, e de através do espelho retrovisor ver aquilo que seria a camara a bater varias vezes no chão e, de cada vez que o fazia, dezenas de pedaços voavam pelo ar. Resta dizer que a estrada tinha pouco ou nenhum trafego, pelo que não existiram problemas de maior. Caso estivessem viaturas imediatamente atrás de mim quando a camara caiu, as chatices tinham sido, com toda a certeza, bem maiores.
Tentei parar a mota logo que possível e voltei para trás. Assim que cheguei a zona onde a câmara tinha aterrado, deparei-me com múltiplos fragmentos. Enervado com a situação, ao parar a mota não reparei atempadamente que o descanso não tinha ficado corretamente colocado. Resultado: mota no chão. Com algum custo, volto a colocar a mota na vertical. Devido aos chamados "cogumelos", nome dado às proteções laterais, os estragos não foram consideráveis: apenas um arranhão na tampa do motor.
Já na berma, encontrei aquilo que seria o corpo principal da câmara, mas o cartão de memória não estava lá. Foi provavelmente ejetado a alta velocidade, perdendo-se para sempre. A cereja no topo do bolo foi tentar reiniciar a viagem e não conseguir ligar a mota. Acontece que quando a mota caiu, o sistema de corte de alimentação entrou em funcionamento. Além disso, pelo facto de ter estado na horizontal, a bomba de gasolina deverá ter desferrado, ou qualquer coisa desse género. A mota simplesmente não queria pegar. Após várias tentativas e muitos suores frios, a mota voltou a pegar.
No final da N112, já com o depósito quase vazio, foi altura de procurar um posto de abastecimento. Outro ensinamento: o planeamento deve também incluir a localização de postos de abastecimento, uma vez que nestas estradas poderão existir longos troços sem que se vislumbre um. Nessa altura foi necessário fazer uma incursão pela N2 em busca de um posto, que encontrei já quase a chegar a Góis. O resto do percurso até ao Orvalho correu sem sobressaltos.
E a viagem tinha só começado! Faltava percorrer parte da N238 e, mais tarde, a N339.
Belas vistas na N112.
Sem comentários:
Enviar um comentário